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19 anos de Luso-Poemas!

Publicado por Luso-Poemas em 25-Jan-2025 11:40 (167 leituras)

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Caros, Luso-poetas,

Vamos juntos celebrar os 19 anos do Luso-Poemas com uma atividade especial? É hora de revisitar o passado, reviver memórias e redescobrir a nossa evolução enquanto escritores!

A proposta é simples:

1. Repostem o vosso primeiro contributo no site.

2. Reescrevam esse mesmo texto com a vossa visão atual.

3. Se pretenderem, acrescentem uma reflexão sobre o vosso processo evolutivo ou criativo, destacando como o Luso-Poemas inspirou e moldou a vossa escrita.

4. Para participar, postem seus textos na forma de comentário.

Imaginem só: um “antes e depois” que narra a vossa história literária e celebra o impacto deste espaço único na vida de cada um de nós.

Esta celebração irá prolongar-se até ao próximo aniversário do site. Não há maneira mais poética e genuína de homenagear o Luso-Poemas do que com as vossas palavras, renovadas e cheias de significado.

Vamos transformar este marco num verdadeiro festival de criatividade? Contamos com cada um de vocês para tornar esta festa inesquecível!

Juntos, a festejar a poesia, sempre.
Parabéns a todos os poetas do Luso!


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Enviado por Tópico
sisnando
Publicado: 25/01/2025 17:41  Atualizado: 25/01/2025 17:41
Membro de honra
Usuário desde: 21/10/2008
Localidade:
Mensagens: 1133
 Re: 19 anos de Luso-Poemas!
A minha visão continua igual, abraço


Esta é a estória
De um país á beira mar plantado
Onde de tudo havia
E de tudo foi privado

Esta é a estória
De um país há beira mar estendido
Pouco existia
De quem tivesse cumprido

Esta é a estória
De um país pelo mar banhado
Onde um dia
Tudo foi censurado

Esta é a estória
De um país pelo sol protegido
E o seu povo
O recado não tinha entendido

São fiéis de um credo
Onde a cultura
A educação,não é pura
Ainda é cedo

Quem manda
Não quer um povo inteligente
Pois sabe que infelizmente
Os levará á demanda

Paraplégicos do cérebro
No poder
Infelizmente
É o que temos de ter

Esta é a estória
De um país á beira mar plantado
Onde de tudo havia
E de tudo foi privado

Esta é a estória
De um país á beira mar estendido
Pouco sobrevivia
De quem tivesse cumprido

Esta é a estória
De um país pelo mar lavado
Onde um dia
Tudo foi censurado

Esta é a estória
De um país pelo sol protegido
E o seu povo
O recado ainda não tinha entendido

Há que acordar
Começar tudo de novo
Deixar chocar o ovo
Para um novo levantar

Deixar de ser
Os coitados do costume
Atear o lume
Doa a quem doer

Ajudar esta gente
Sempre acolhedora
Muito sofredora
Infelizmente

Elevar este país
Que já foi feliz
Faltam Homens de cariz
Para reformular o oásis

Esta é a estória
De um país
Sem rei nem glória
Que vive da sua história

Esta é a estória
De um país á beira mar plantado
Onde de tudo havia
E de tudo foi privado

Esta é a estória
De um país á beira mar estendido
Pouco existia
De quem tivesse cumprido

Esta é a estória
De um país pelo mar banhado
Onde um dia
Tudo foi censurado

Esta é a estória
De um país pelo sol protegido
E o seu povo
O recado ainda não tinha entendido

Paraplégicos do cérebro
No poder
Infelizmente
É o que temos que ter

É a estória
De um país
Sem rei nem glória
Que vive da sua história


Enviado por Tópico
Alemtagus
Publicado: 25/01/2025 20:49  Atualizado: 25/01/2025 20:49
Membro de honra
Usuário desde: 24/12/2006
Localidade: Montemor-o-Novo
Mensagens: 3581
 Re: 19 anos de Luso-Poemas!
Até podia tentar fazer uma versão moderna deste longo conjunto de oitavas, mas não sei se tenho coragem. Veja-se a evolução (boa ou má, dependendo do leitor/crítico) nas várias fases da minha presença no luso. Se aqui (nessa altura) escrevi em oitavas, sem equilíbrio estético e apenas com uma atenção mínima à rima, e hoje uso, fundamentalmente e por força dos projectos literários em que me envolvi, a sextilha com maior cuidado na rima e no aspecto estético, posso considerar que houve uma evolução e, sobretudo, uma aprendizagem que obtive, maioritariamente, no Luso-Poemas. Parabéns a todos.


Tentando consumir tantas falhas,
Por entre tormentos que não se esquecem.
Homens que fumam pequenas mortalhas
Em noites distantes que se enriquecem.
O cheiro e o gosto das batalhas
Consumadas nos campos que estremecem
Ao sentir milhares de corpos nas fornalhas
Acesas por aqueles que nem a vida merecem.

As feridas que reabrem na recordação
Dos mistérios desvendados sem glória
De, em dia algum, terem preocupação
Ao abrir mais um livro de história,
De lembrar toda aquela solidão
Em que soaram trompetas de vitória
Por entre tanta confusão
Nos pensamentos que me correm a memória.

A incongruência humana
Que se mostra em actos vis e dementes
E em tudo o que o Homem emana
Nos seus diálogos surdos tão evidentes
Todos os dias da semana.
Estas formas de vida inteligentes
Que não são mais que gente insana,
Em busca de sonhos diferentes.

O ar distanciado do sofrimento
Esboçado em faces descoloridas
Pela fome que não tem sentimento,
Nem sofre por matar vidas
De crianças, velhos… todo um regimento
Que não têm culpa dessas acções desmedidas
Que os loucos fazem a todo momento
Achando-as sempre divertidas.

O infame riso nos lábios do carrasco
Que vive do sofrimento e do mau trato.
Como se fosse carne para churrasco,
Para um barbecue indiscreto.
Um homem desconhecido que mato,
Por considerar a vida um fiasco,
Uma vida de assassinato…
Fruta podre que descasco.

Este mundo em que vivemos
Nós os miseráveis, há milénios,
Que desprezamos aquilo que temos.
Nós os grandes génios
Pelo que inventamos e fazemos,
Polivalentes em todos os domínios,
Mesmo os que não conhecemos,
A dor dos nossos infortúnios.

Cinzentas tardes de cheiro a carvão,
Queimando carne nos cemitérios
Completamente dilapidados pela população
Que destrói todos os impérios,
Pelas mãos da revolução,
Como se fossem homens sérios
Que não ligam à discriminação
Ou a todos os outros mistérios.

Nesta incompleta história arrepiante
Que não começou, nem tem fim,
Mas que tem um desenvolvimento chocante
Em que todos dizem que sim,
Como heróis sem semblante
Que andam perdidos assim,
Temendo diariamente o onerante
Que é seu ego… enfim.

Por entre jogos de sorte,
Máfia de indivíduos facinorosos
Cuja ocupação é a morte.
Os nossos pensamentos ociosos,
Qualquer coisa que ninguém suporte
Por serem tão meticulosos,
Nada que a mim importe.
Incompetência de fiscais criteriosos.

Páginas infindáveis de velhos compêndios
Perdidas na biblioteca da nossa vida
Que nada mais é que censuráveis vilipêndios
De forma repressiva e desmedida
Que alastram como se fossem incêndios
Resultantes da colossal força perdida
Em terras para além dos silêncios,
Terras de entrada proibida.

A todos se apresenta a indiferença,
Lobo disfarçado em pele de cordeiro
Adulterando tudo na sua presença,
Como se fosse ele o primeiro
De todos aqueles com a sua semelhança.
Espelhos espalhados num terreiro
Que multiplicam a falsa esperança,
Que fazem autópsias de luz a algo verdadeiro.

Por entre agendas e calendários,
Contando e marcando os dias,
Guardando-os em mil armários,
Envoltos em pútridas porcarias,
Como se fossem objectos primários
Escondidos pelas pratarias.
Prateleiras forradas a luxos imaginários
Em modestas alfaiatarias.

Devaneios sistemáticos
Por entre pensamentos dispersos
De acontecimentos enigmáticos
Vindos de ilhéus Atlantes submersos,
Cheios de vida, com Duendes simpáticos
Que ludibriam esses momentos adversos,
Simples e problemáticos.
Medalhas de ferrugentos reversos.

Odes e maldições lançadas ao acaso
Em sonhos que mostram belezas do infinito
Seres desconhecidos, caso a caso,
Algo que mais não é senão bonito
Como um constante e sombrio ocaso
Incessante olhar de homem aflito
Num momento em que o defendo e arraso
Em quão perene conflito.

Veleiros e barcaças que se cruzam
Em mares altos de tempestade
Adamastores que pegam na chuva e sopram
Mostrando desequilíbrio e desigualdade
Entre homens que se usam,
Fantoches encordoados da divindade
Que a tudo se escusam
Perante o chicote da verdade.

Astrónomos enterrados em ciências perdidas
Em livros que são agora ilegíveis
Carregados de letras indefinidas,
Que relatam experiências impossíveis
Com as habituais cobaias iludidas
Por promessas sempre irrecusáveis,
Tapando os olhos às mortes imerecidas.
Pensamentos inimagináveis.

Aquela força que nos faz perecer
Entre fumos de incêndios irreais,
Excessos cometidos ao velho entardecer
Cuja morte não lhe chega jamais.
Centenária sede de viver,
Cada vez mais, sempre mais,
Infindáveis caminhos do conhecer
Que nos tornam algo superior a animais.

Poetas miseráveis que vão escrevendo,
Procurando suas amadas seduzir
À luz de uma vela que lhes acendo,
Em candelabros de prata sempre a luzir,
Escorrega a cera que vai derretendo
Até a nada se reduzir,
Coisas simples que não entendo
Nestas terras mouras sem Grão-Vizir.

A distância que nos separa, interminável…
Entre dias e noites de obscenos pensamentos
Que mostra o lado de todos nós, memorável…
Um dia esquecido nos teus sentimentos
Neste mais do que certo amor, inviável…
Em todos os sentidos vão meus juramentos
De uma vida sempre sem destino, instável…
Sempre viajante, em infinitos firmamentos.

Desejo de continuar um romance perdido
Entre palavras e milhentas desaprovações,
Dos que não são mais que um amigo fingido,
Que aparece… desaparece… situações,
Para desgosto meu, homem ofendido
Velho e cansado por estas humilhações,
Demónios e vermes que me vêm perseguindo,
Espaço cada vez maior entre nossos corações.

O silêncio da escuridão
Em noites de nevoeiros e temporais,
De chuvas lacrimosas em dia de Verão,
Quentes saunas de produtos naturais
De antigas florestas abatidas como solução,
Desastres não ecológicos mas laboratoriais
Feitos pela ciência louca que adora a solidão
Estar rodeada por ninguém, entre animais.

Saindo de uma batalha… incólume,
Eis o nobre guardião eterno,
Tapado pelas honras do costume,
Qual Lúcifer em seu inferno
De cor amarelo lume,
Que obedece a um subalterno
Que espalha enxofre e seu perfume
No vento cortante do Inverno.

Como num evidente acto sexual,
Um espasmo de alegria que se solta
No meio da multidão, com voz natural
Como se fosse iniciar a revolta,
De contornos definidos e fundamental.
Tantos problemas à minha volta
Que me rodeiam nesta vida brutal
Que o mar cobre e exulta.

Secundíparas que choram em conjunto
Pela morte terrena dos seus
Que juntam a cada dia mais um defunto.
Cemitério de Muçulmanos e Judeus
Um caixão em cada vala, tudo tão junto,
Que esperam milagres de um qualquer Deus,
Vidas angustiantes sem assunto,
Que diferem em credos, meus ou teus.

Acções incontidas de enormes prazeres
Que controlam as vidas como num sonho,
Que nos mostram os mais belos dizeres
Vindos do povo em músicas que componho,
De dentro de pautas que tu escreves,
Em tudo o mais, eu suponho
A guerra, a paz e tudo o que defenderes.
Eu dito, tu fazes… tu pões, eu disponho.

Monólogos inconstantes da consciência
Que se bate no dia a dia por qualquer razão
Não encontrada jamais na inteligência,
Navegante em limbos e paraísos de ilusão
Que se cruzam repetidamente na demência,
Na procura infindável da única solução
Que deriva de uma qualquer consequência
Que nunca teve razão ou quis ser equação.

Dormem os Deuses nos seus leitos de prazer
Sobre compêndios divinais a ouro paginados,
Os Sátiros que os lêem sem saber.
Horas que são anos e meses misturados
Em todo o tempo, sem nada a fazer
Nestes Olimpos perdidos de névoas cercados,
De oásis pintados por Vénus a seu bel-prazer
Com o menestrel cantando aos pais amados.

No desabrochar das flores mais belas
Das cores que iluminam o campo sem nada,
Como se fossem simples e esguias velas
Iluminando uma cripta abandonada
Junto a confessionários de igrejas e capelas
Ao lado de uma pequena campa plantada
Em memória de divas e donzelas
Tiradas de histórias de banda desenhada.

Objectos inúteis que ornamentam um quarto,
Embelezado por véus levantados pelo vento,
Mostram a memória que fica quando parto,
Conseguindo esquecer tudo o que não tento,
Que desta triste vida vou ficando farto,
Esperando o futuro que parece tão lento
Como o andar de um pesaroso lagarto,
Que vai parando a todo o momento.

Mulher de olhos azeitona que amou,
Com riso sempre sarcástico e bonito
Que mais um coração enfeitiçou,
Que outros olhos pôs olhando o infinito,
Numa dimensão distante que a todos escapou,
Por nosso alcance ser tristemente finito,
Por não sabermos que só o amor matou
A quem não ama e não ouve este grito.


Leia mais: https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=6179 © Luso-Poemas


Enviado por Tópico
ZeSilveiraDoBrasil
Publicado: 26/01/2025 03:43  Atualizado: 26/01/2025 03:57
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 Re: 19 anos de Luso-Poemas!
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https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=369207 © Luso-Poemas

poeta vadio, poema canção.
prato vazio, e um violão.
'solidão contradita'
no átimo recrio, sem suspeição.
olho e sorrio, da imaginação.


Na verdade este poemeto foi postado pela prima vez em 2008 porém alheio a minha vontade depois de eu ter montado, coordenado e apresentado em 2012 o 1° Encontro Luso-Poema Versão Brasil no Museu de Arte Contemporânea, Niterói, RJ. Ausentei-me em 2013 para tratar duma recidiva de câncer e uns aborrecimentos aqui. Daí retirei minha página do ar visto que meus médicos, honestos, hoje meus amigos, não me deram previsão de a minha saúde ser restabelecida cem por cento. Mas, após três cirurgias, estava eu retornando aqui entre vocês em 2018 com algumas restrições, óbvio; mas poetando, compondo e cantando. Chateado porque agumas postagens se perderam ao confiar nos arquivos da internet. Vi-me salvo nalguns manuscritos. Como se pode notar que, não há registro antigo no LP disso, todavia, repostei alguns textos prevalecendo-me dos meus manuscritos. Creio que seja importante dizer agora para posteridade que a releitura deste me levou a musicar o texto abaixo nascendo assim, meu samba canção no meu primeiro CD. Quando postado, recebeu um belo comentário do Rogério Beça poeta/crítico por exelência que me emocionou sobremaneira. Valorizar a Poesia, a Música na Cultura da Língua Portuguesa é a prova inconteste do porquê o Luso-Poemas tem se firmado, elevado e respeitado nestes 19 anos de existência melhor ambiente de poesia. Gratidão! Cumprimentos!

https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=350852 © Luso-Poemas


"Sei que andaram falando mal de mim
mas não mereço,
pois tenho apreço até dos que não
tem por mim.
traído, por amigos, covardia,
só porque casei com o samba,
e namoro a poesia.
sou boêmio e poeta que é do bem,
não sai do sério,
se preservo ao amor, mistério
é para te resguardar.
por isso, meu refúgio é a bebida,
teu amor minha guarida
e o botequim meu lar, meu lar.
e tu estás, nas entrelinhas
dos meus verso,
te procuro, te sequestro,
é meu jeito de te amar..."

Enviado por Tópico
Alpha
Publicado: 26/01/2025 12:12  Atualizado: 26/01/2025 12:16
Membro de honra
Usuário desde: 14/04/2015
Localidade:
Mensagens: 2103
 Re: 19 anos de Luso-Poemas!
Venho dos confins da antiguidade
A todos (as) quero cumprimentar
Espero ser recebido com amizade
Pois o melhor de mim vos quero dar.

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Na minha quadra de apresentação
Foi o mote para todos poder saudar
No peito continua a mesma emoção
Do melhor que tenho para vos dar!

E esse melhor é a amizade através das letras e poesia que se foi alicerçandp ao longo do tempo, mesmo aqueles que nunca comentei mas através da sua poesia é como se os conhecesse desde sempre.

Um muito obrigado ao TrabisdeMentia e a todos os administradores que ao longo do tempo trabalharam para que esta casa (Luso-poemas) continue a ser um viveiro de letras e de poesia.

Lembrar também todos os que nos foram deixando fisicamente, mas que continuarão a viver nos seus poemas para sempre!

Quanto ao futuro só poderá ser risonho, pois haverá sempre amigos das letras e da poesia!

Muito obrigado a todos/as

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