Luso-Poemas - Quando começaste a escrever poemas?
João Filipe Ferreira - Se bem me lembro foi num dia chuvoso…
Ok, falando a sério. Penso que desde sempre…mas com a designação de “Poesia” muito recentemente.
Desde sempre que escrevi textos para mim, com ou sem valor, mas sempre escrevi. Talvez como uma forma de desabafar o que sentia, o que pensava, o que imaginava..sei lá…sempre libertei nas (e em) palavras tudo o que por vezes tinha dificuldade em dizer oralmente.
Lembro-me que na adolescência sempre projectei ter uma banda musical. Talvez pelo gosto que tenho por música…pela magia que ela cria, pela companhia que ela nos faz, pela sua simplicidade e pela liberdade de criação que possui. Com esse espírito de “músico” da altura, mais seriamente me debruçava sobre o prazer da escrita. Lá construía as minhas letras de músicas e em que sonhava um dia casá-las com melodias.
A banda musical não passou de um projecto meu e de alguns amigos…que foi impossível de realizar…as letras que tinha escrito e que na altura tinham sido do agrado de muita gente também se perderam com o sonho.
Mesmo com esta “tragédia” para a minha mente de adolescente, continuei a brincar com as palavras… e sempre a escrever o que a minha visão observava, o que a minha mente idealizava e o meu coração sentia.
Nunca reparei no que escrevia e como escrevia, nunca me importei se era prosa, se era verso, se eram apenas uma ou duas frases..apenas me importei em ser verdadeiro e a dar às palavras o sentido que eu queria.
Ainda hoje o que escrevo faço como se estivesse a escrever uma letra de musica… e o resultado são poemas. Como tal considero-me uma pessoa que gosta de brincar com as palavras desde sempre, mas como escritor de poemas desde a criação do meu blog. Lá coloquei os meus textos (livres de qualquer forma, de qualquer métrica) e sempre recebi comentários tratando-os de “Poemas”…sendo assim e desde essa observação aceitei o termo e passei a designar de Poemas alguns dos meus escritos.
De facto para mim a letra de uma musica é um poema. Não só porque se escreve (na maioria) como um poema, mas porque transmite a mesma sensação, a mesma beleza que um Poema.
Sendo assim, respondendo directamente a esta pergunta digo que escrevo poemas desde sempre. Pois desde sempre brinquei as palavras com a força de uma poesia.
Não sei se escrevo bem…eu próprio não sou muito apreciador do que escrevo…no entanto julgo que a mais valia que um texto meu pode ter é a sua simplicidade, a sua realidade, verdade e facilidade de se entender… nada é planeado, nada é confuso…e nada é por acaso.
Concordo plenamente com a frase uma vez dita por Saramago “Todos somos escritores, a diferença é que uns escrevem e outros não “ … a verdade é que todos escrevemos a história de uma vida…seja ela em verso…seja ela em prosa.
L.P. - Tens algum livro publicado ou gostarias de ter?
J.F. - Terei um livro editado a partir do dia 6 de Abril de 2007 chamado de “Estados d’Alma”.
Nunca achei nem nunca vi nos meus escritos qualidade para tal feito. Nunca me imaginei sequer um dia ter um livro com alguns escritos meus. No entanto depois de tantos comentários de incentivo, lá tentei… e lá consegui passar os meus rascunhos para um livro físico, bem elaborado e que sempre poderei folhear.
É por isso que digo que o livro não é só meu…se ele existe foi porque me incentivaram a o fazer e a essas pessoas atribuí grande parte deste resultado.
Penso também que qualquer pessoa gostava de ter um livro seu. Eu confesso que sempre essa ideia me fascinou…não para “enriquecer” com vendas ou para dizer” tenho um livro”.
A existência do livro para mim é encarada como um marco, algo que deixarei gravado como prova da minha existência. Não me interessa se o livro vai estar escondido no fundo de uma estante numa livraria…apenas me interessa que se alguém um dia quiser saber quem foi João Filipe Dos Santos Azevedo Ferreira, o possa fazer.
Confesso que discordo de quem diz “ah não sinto necessidade de editar um livro, chega-me o meu blog, a minha página pessoal”. Ok, respeito mas…um blog a qualquer momento deixa de dar, um site a qualquer momento deixa de funcionar…e aí todas as memorias, todos os sentimentos que um dia foram gravados se perdem na corrente da tecnologia dos nossos dias …e todo esse conteúdo deixa de existir.
Como tal penso que se todos deviam tentar editar um livro. Será não só um presente para a alma como uma forma lindíssima de marcar a sua passagem por esta vida que um dia nos foi presenteada.
Não precisa de ser em editoras, pode ser um livro caseiro, um diário, uma agenda, etc.…mas gravar em papel, gravar em algo que permita ser folheado, em algo com letras impressas.
Sendo esta a minha opinião posso então afirmar que a ideia de ter um livro surgiu recentemente e porque me dediquei um pouco à minha escrita… e não me arrependo de ter tentado…o facto de colocar um sorriso no rosto de quem muito me incentivou e o facto de no fundo me sentir realizado compensa qualquer possível fracasso que o livro tenha. Como digo no início de um texto do livro “Estados d’Alma”, “ eu não sou escritor…apenas sou um sonhador”.
O livro chama-se “Estados d’Alma” e foi editado pela Corpos editora.
L.P. - Tens comentado bastantes poemas! Achas que deves seguir a filosofia de comentar para ser comentado, ou comentar o que realmente te desperta interesse? Que achas dos comentários depreciativos? Achas que o comentário deva ser uma crítica? Ou um agradecimento?
J.F. - De facto não sou pessoa que muito comenta. O destaque no mês deve-se ao facto de o site ter tido um problema e nessa altura de paragem eu estava na frente. No entanto o que nesta matéria diz respeito, acho que se deve comentar o que no nosso entender deve ser comentado e realçado e não comentar por comentar…e porquê?
Bem, em primeiro porque estamos a dizer ao escritor que muito gostamos o que ele escreveu…ao comentar por comentar estamos a ser falsos, estamos a perder tempo em gravar o nosso nome num comentário que é simplesmente irreal. E para ser sincero, acho que o autor a quem se comenta por comentar não merece, estamos a desvalorizar o seu trabalho como a mentir-lhe.
Quanto aos comentários em si, sou defensor de que se deve comentar como realmente pensamos e achamos e não com o intuito de agradar. Ao comentar para ser simpático estamos de novo a ser falsos pois é uma opinião contrária ao nosso pensamento e aí estamos a enganar o autor com palavras “falsas” como a enganarmos a nós próprios, fazendo algo contrário à nossa vontade.
Eu sou apologista de que se deve criticar quando se deve fazer, como a elogiar. Apenas defendo que sendo para elogio ou para a critica se deve fazer com a verdade e não perder tempo a dizer coisas por dizer.
Eu se não gosto de um texto e se quero dizer que não gosto, digo “não gostei, porque…” e não “gosto muito”… Como se diz em tribunal “ a verdade e nada mais que a verdade”. (penso que é assim que se diz…pelo menos nos filmes =))
Como tal acho que todos devem comentar, ser livres e sempre verdadeiros…só assim as coisas têm prazer e verdadeiro interesse…
Os comentários não devem ser criticas depreciativas, elogios, incentivos...devem apenas ser VERDADEIROS independentemente da conotação que tiverem.
L.P. - Como encontraste o site?
J.F. - O site luso Poemas encontrei numa esplanada na baixa do porto a comer uma francesinha….ahaha ok ok sério de novo:
Bem o site luso-poemas foi-me apresentado pela Vera Silva, escritora fantástica e muito conhecida aqui nesta casa…segundo sei faz uns bolinhos muito bons..mas quando cá venho já só restam as migalhas…enfim…adiante…
Ela apresentou-me e confesso que coloquei algumas reticências a participar…já o fazia em dois sites do género e achei no inicio muito confuso…mas lá tentei…hoje posso dizer com muito gosto que a minha inscrição foi das melhores coisas que fiz na net…e porquê?
Porque encontrei um sítio de gente boa, que vive o mundo encantado das letras com prazer, dedicação e sem interesses. Que vive as historias, sensações e vibrações que cada um coloca nos seus textos ao máximo, com interesse, com espanto e com carinho.
No meio dos contornos deste site é possível deslumbrar verdadeiros artistas das palavras, pessoas que muito se dedicam com prazer a esta parte da cultura de cada um. Cultura esta que é relegada para segundo plano e por vezes mal vista.
Este site tem, Amizade, Simpatia, Beleza, talentos, Obras Fantásticas, Escritores de todos os níveis…e tudo em doses mais que as recomendadas.
No meio de tudo isto…resta-me agradecer a todos a simpatia que sempre dispensam para mim…
L.P. - Qual a tua opinião sobre ele, gostarias de fazer alguma sugestão?
J.F. - A resposta a esta pergunta vem na mesma ideia da anterior.
Tenho a melhor das opiniões sobre este espaço. É um espaço fantástico, repleto de harmonia e magia…respira-se cultura e bem-estar.
Possui a riqueza e beleza que temos no dia a dia dificuldade em encontrar à nossa volta. Permite que muitas pessoas se possam exprimir livremente, sem restrições, de interagirem com outras em diversas matérias e sempre sem barreiras.
É por isso um site valioso que todos devemos manter e preservar.
Como sugestão…hum…penso que nessa matéria tenho feito algumas…pelo menos algumas que acho que podem enriquecer este cantinho de todos nós.
Como ultima sugestão….humm…porque não uma máquina de fazer pipocas, ou então umas pizzas? Às vezes venho aqui com uma fome…………………………….
Termino este “mini destaque” agradecendo mais uma vez a simpatia que sempre depositam em mim.
Aqui neste espaço fiz amizades, ganhei gosto em alguma escrita minha, ganhei incentivo para o tal livro “Estados d’Alma” que com muito prazer realizei. Ganhei também um pouco de auto-estima.
Quem aqui vem é capaz de sorrir e sair com a vontade de voltar..e isso é das coisas mais bonitas que se pode oferecer a uma pessoa e vocês oferecem-me esses sorrisos e essa vontade em voltar, e só por isso o meu MUITO OBRIGADO amigos de Luso-Poemas….
Até…ao próximo texto…
=)