Os testemunhos poéticos são, por certo, os mais valiosos e profundos, particularmente em tempo de guerra e revolução.
Volvidos cerca de trinta anos das lutas armadas que marcaram o fim do Império colonial português e das transformações ocorridas a partir de 25 de Abril de 1974, acedi a por a público alguns poemas, de cuja qualidade literária muito duvido, mas que, e disto não tenho a menor dúvida, são produto de vivências e estados de alma de grande pureza e íntima relação com aqueles acontecimentos.
Tem sentido divulgá-los agora?
É já tempo de olhar para trás?
Terão algum interesse futuro?
Que importa, leia-os quem, por bem, assim o entender.
Por mim, cumpro o gesto singelo de homenagear, recordando, todos os sacrifícios, dores e sofrimentos de quantos, mártires, heróis ou não, meros figurantes anónimos, vivos ou mortos, de um lado e de outro das partes em confronto, comigo se cruzaram.