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Em Moçambique entra-se pelo Índico… disse-me há dias um homem de olhos cor de pátria antiga, percorrido por pérolas de vegetação nas palavras sérias…
Eu disse-lhe, assim calado como um pássaro sentado aos pés de uma pedra, que costumo entrar pelo ar dentro das pessoas, indo com elas em barcaças frágeis, digo que isso são afectos ou talvez quem sabe é apenas uma arte, a de respirar?... Entrei em Moçambique disse eu com o meu ar de pedra aos pés de uma ave, pelos olhos do Delmar, o poeta, aquele que ali está, Kanimambo vida que mo trouxe aos meus sentidos… (...)

Prefácio do livro Moçambiquizando, Editorial Minerva, Lisboa, Março de 2006.
Alexandre Honrado