
Versos inscritos numa taça feita de um crânio
Publicado em 04/11/2008 08:20:00 | Tópico: Lord Byron
| Não, não te assustes: não fugiu o meu espírito Vê em mim um crânio, o único que existe Do qual, muito ao contrário de uma fronte viva, Tudo aquilo que flui jamais é triste.
Vivi, amei, bebi, tal como tu; morri; Que renuncie e terra aos ossos meus Enche! Não podes injuriar-me; tem o verme Lábios mais repugnantes do que os teus.
Onde outrora brilhou, talvez, minha razão, Para ajudar os outros brilhe agora e; Substituto haverá mais nobre que o vinho Se o nosso cérebro já se perdeu?
Bebe enquanto puderes; quando tu e os teus Já tiverdes partido, uma outra gente Possa te redimir da terra que abraçar-te, E festeje com o morto e a própria rima tente.
E por que não? Se as fontes geram tal tristeza Através da existência -curto dia-, Redimidas dos vermes e da argila Ao menos possam ter alguma serventia.
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