
Cantiga
Publicado em 08/09/2007 22:47:40 | Tópico: Nuno Júdice
| É pelo teu rosto em que as marés passam, pelos teus lábios em que voam gaivotas, pelos teus dedos em que a luz perpassa, pelos teus olhos que me traçam as rotas,
que este barco encontra o caminho, que este dia descobre que não é tarde, que as palavras se bebem como vinho, e o fogo não queima quando arde.
É no que me dizes quando a noite fala, no que perdura da manhã que se esquece, no que é dito em tudo o que se cala, e não precisa de ser dito quando amanhece.
Pode ser o amor tantas vezes sentido, ou só aquilo que vive no coração, pode ser o que pensava ter esquecido, e regressa agora pela tua mão.
Quantas vezes já foi primavera, e logo aí as flores morreram: até ao dia em que nada ficou como era, e todas as folhas mortas reverdeceram.
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