
O Vale da Inquietude
Publicado em 26/06/2007 11:50:00 | Tópico: Edgar Allan Poe
| Dantes, silente vale sorria. Era um vale onde ninguém vivia. Haviam todos partido em guerra, deixando os doces olhos de estrelas noturnamente velarem pelas flores formosas daquela terra, em cujos braços, dia após dia, a luz vermelha do sol dormia. Não há viajante que, hoje, não fale sobre a inquietude do triste vale. Lá, agora, tudo é só movimento, exceto os ares, pesando, adustos, nas soledades de encantamento. Ah! nenhum vento move os arbustos que vibram como as ondas geladas em torno às Hébridas enevoadas! Ah! nenhum vento essas nuvens guia, murmurejantes, nos céus insanos, e que se arrastam, por todo o dia, sobre violetas, que alguém diria serem milhares de olhos humanos, e sobre lírios, de haste pendida, chorando em tumba desconhecida, tremendo; e sempre caem, com o perfume, gotas de orvalho do flóreo cume, chorando; e desce, nas hastes frias, um pranto eterno de pedrarias.
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