
CANÇÃO DO ADOLESCENTE
Publicado em 31/01/2012 19:44:25 | Tópico: José Paulo Paes
| Se mais bem olhardes notareis que as rugas umas são postiças outras literárias. Notareis ainda o que mais escondo: a descontinuidade do meu corpo híbrido. Quando corto a rua para me ocultar as mulheres riem (sempre tão agudas!) do meu pobre corpo. Que força macabra misturou pedaços de criança e homem para me criar? Se quereis salvar-me desta anatomia, batizai-me depressa com as inefáveis as assustadoras águas do mundo. Eis aqui um grande poeta brasileiro que não é acadêmico, mas auto-didata. A bem da verdade, nem universidade cursou. Nada disso o impediu de galgar a excelência e de relacionar-se e ser respeitado por todos os outros grandes poetas brasileiros de sua época. Resolvi incluir algumas de suas poesias para que sirvam de incentivo aos nossos amigos Lusuários. Abaixo mais informações sobre José Paulo Paes:
Poeta, tradutor, ensaísta. Nasceu em Taquaritinga, São Paulo. Na casa em que veio ao mundo havia livros de seu avô para lera desde criança... Estudou química industrial em Curitiba e iniciou-se na literatura nos círculos paranaenses em voga em meados dos anos 40 que freqüentvam o Café Belas Artes. Publicou seu primeiro livro de poema em 1947 – O aluno. Mas é em São Paulo, a partir de 1947, que amadurece em convivência com personalidades fulgurantes como Oswald de Andrade e outros modernista, depois pela amizade com os concretistas sem nunca chegar a filiar-se a tais grupos. São muito conhecidos e admiradas suas traduções de poetas latinos e de poesia erótica.
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