
Degraus
Publicado em 22/02/2011 23:16:22 | Tópico: Hermann Hesse
|
Assim como as flores murcham E a juventude cede à velhice, Também os degraus da Vida, A sabedoria e a virtude, a seu tempo, Florescem e não duram eternamente. A cada apelo da vida deve o coração Estar pronto a despedir-se e a começar de novo, Para, com coragem e sem lágrimas se Dar a outras novas ligações. Em todo O começo reside um encanto que nos Protege e ajuda a viver Serenos transpunhamos o espaço após espaço, Não nos prendendo a nenhum elo, a um lar; Sermos corrente ou parada não quer o espírito do mundo Mas de degrau em degrau elevar-nos e aumentar-nos. Apenas nos habituamos a um círculo de vida, Íntimos, ameaça-nos o torpor; Só aquele que está pronto a partir e parte Se furtará à paralisia dos hábitos. Talvez também a hora da morte Nos lance, jovens, para novos espaços, O apelo da Vida nunca tem fim ... Vamos, Coração, despede-te e cura-te!
Hermann Hesse (1877-1962), Alemanha in "O jogo das contas de vidro", trad. de Carlos Leite
|
|