Entre os espadões de ferro literário
passo eu como um marinheiro remoto
que não conhece as esquinas e que canta
porque sim, porque como se não fosse por isso.
Dos atormentados arquipélagos trouxe
meu acordeão com borrascas, aragem de chuva louca,
e um costume lento de coisas naturais:
elas determinaram meu coração silvestre.
Assim quando os dentes da literatura
trataram de morder meus honrados talões*,
eu passei, sem saber, cantando com o vento
para os almazéns chuvosos de minha infância,
para os bosques frios do Sul indefinível,
para onde minha vida se completou com teu aroma.
* talões - no sentido de calcanhares
**************************************************