Augusto dos Anjos : Budismo moderno
em 07/08/2023 19:47:00 (329 leituras)
Augusto dos Anjos

Tome, Dr., esta tesoura e… corte
Minha singularíssima pessoa.
Que importa a mim que a bicharia roa
Todo o meu coração depois da morte?!

Ah! Um urubu pousou na minha sorte!
Também, das diatomáceas da lagoa
A criptógama cápsula se esbroa
Ao contrato de bronca destra forte!

Dissolva-se, portanto, minha vida
Igualmente a uma célula caída
Na aberração de um óvulo infecundo;

Mas o agregado abstrato das saudades
Fique batendo nas perpétuas grades
Do último verso que eu fizer no mundo!


Imprimir este poema Enviar este poema a um amigo Salvar este poema como PDF
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
HelenDeRose
Publicado: 07/08/2023 19:49  Atualizado: 07/08/2023 19:49
Usuário desde: 06/08/2009
Localidade: Sorocaba - SP - Brasil
Mensagens: 2028
 Re: Budismo moderno
O 'EU' é um livro intrigante. Leio sempre.

Eu recomendo.

Helen.

Links patrocinados

Visite também...