Luís de Camões : Alma minha gentil, que te partiste
em 18/08/2008 00:50:00 (16372 leituras)
Luís de Camões

Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida, descontente,
Repousa lá no Céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste.

Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.

E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,

Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.


**************************************************


Imprimir este poema Enviar este poema a um amigo Salvar este poema como PDF
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 18/08/2008 08:58  Atualizado: 18/08/2008 08:58
 Re: Alma minha gentil, que te partiste
Um dos sonetos camonianos mais glosados da literatura mundial que alguns dizer ter sido plagiado do também eterno Dante, mas sem fundamento. Nos sonetos despretensiosos que vou fazendo serve-me de modelo. Um abraço

Enviado por Tópico
AngeloP
Publicado: 02/01/2010 02:04  Atualizado: 02/01/2010 02:04
Novo Membro
Usuário desde: 29/12/2009
Localidade:
Mensagens: 10
 Re: Alma minha gentil, que te partiste
Este é, no meu entender, um dos mais geniais poemas alguma vez escritos.

Enviado por Tópico
anakosby
Publicado: 02/05/2010 03:59  Atualizado: 02/05/2010 04:01
Colaborador
Usuário desde: 12/04/2010
Localidade: Torres
Mensagens: 1739
 Re: Alma minha gentil, que te partiste
Ele era perfeito, de uma habilidade divina, termina o soneto com os sons harmônicos, sem aquela sensação que falta algum verso.
Para mim não há sonetos como so de camões. E este a meu ver além da inigualável musicalidade é de um conteúdo sublime: amor transcendente.
Para mim favorito dos favoritos .

Links patrocinados

Visite também...