Manuel Bandeira : Desencanto
em 16/07/2008 15:50:00 (26413 leituras)
Manuel Bandeira

Eu faço versos como quem chora
De desalento. . . de desencanto. . .
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente. . .
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca,
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.

– Eu faço versos como quem morre.






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Enviado por Tópico
Gideon
Publicado: 16/07/2008 16:13  Atualizado: 16/07/2008 16:13
Participativo
Usuário desde: 10/07/2008
Localidade: Rio de Janeiro
Mensagens: 41
 Re: Desencanto
Lindo poema..
Vejo que gostas do Manoel Bandeira.
Sugiro o livro maravilhoso recém lançado
"Crônicas inéditas I - Manoel Bandeira"

do qual escrevi um artigo aqui publicado...

Parabéns pelo gosto refinado.
Felicidade


Enviado por Tópico
jessé barbosa de oli
Publicado: 18/07/2008 11:23  Atualizado: 18/07/2008 11:23
Da casa!
Usuário desde: 03/12/2007
Localidade: SALVADOR, Bahia
Mensagens: 334
 Re: Desencanto
bandeira é o lirismo contido ora na dor,
ora na informalidade formal dos versos,
ora nas vísceras do cotidiano,
ora na imagem expressionista de um morador de
rua, ora no saudosismo da leda infância recifense
que não volta mais e ora no humor contido
no seu pessoal flagelo.

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