Guilherme de Almeida : Essa que eu hei de amar…
em 06/10/2007 20:30:49 (24152 leituras)
Guilherme de Almeida

Essa que eu hei de amar perdidamente um dia
será tão loura, e clara, e vagarosa, e bela,
que eu pensarei que é o sol que vem, pela janela,
trazer luz e calor a essa alma escura e fria.

E quando ela passar, tudo o que eu não sentia
da vida há de acordar no coração, que vela…
E ela irá como o sol, e eu irei atrás dela
como sombra feliz… — Tudo isso eu me dizia,

quando alguém me chamou. Olhei: um vulto louro,
e claro, e vagaroso, e belo, na luz de ouro
do poente, me dizia adeus, como um sol triste…

E falou-me de longe: "Eu passei a teu lado,
mas ias tão perdido em teu sonho dourado,
meu pobre sonhador, que nem sequer me viste!"


Imprimir este poema Enviar este poema a um amigo Salvar este poema como PDF
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 08/10/2007 00:42  Atualizado: 08/10/2007 00:42
 Re: Essa que eu hei de amar…
Esse soneto de Guilherme de Almeida é um grande ensino para todos presentes do site... é de fato um presentão. Eu quero ser como o Guilherme de Almeida quando crescer... Principe dos poetas brasileiros (1959) com justiça.

Links patrocinados

Visite também...