É dia no outro mundo
Dos versos.
Abriu-se a noite num halo
De véu caído,
E uma mensagem de charco
Purificado
Entra, branca, no ouvido…
E há um ouvido acordado.
Pelos fios do luar
Etéreos sons, melodias,
Vão chegando.
E são as valas sombrias
E os juncos negros da lama
Que se iluminam na chama
Dessa fogueira secreta
Que queima os lençóis da cama
Do Poeta.
Sinais perdidos no espaço?
Mas é no ‘morse’ de imagens,
Na espectral telegrafia,
Que são reais as paisagens
Da poesia.”
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