Antero de Quental : Evolução
em 16/10/2012 18:52:17 (2330 leituras)
Antero de Quental

Fui rocha em tempo, e fui no mundo antigo
tronco ou ramo na incógnita floresta...
Onda, espumei, quebrando-me na aresta
Do granito, antiquíssimo inimigo...

Rugi, fera talvez, buscando abrigo
Na caverna que ensombra urze e giesta;
O, monstro primitivo, ergui a testa
No limoso paúl, glauco pascigo...

Hoje sou homem, e na sombra enorme
Vejo, a meus pés, a escada multiforme,
Que desce, em espirais, da imensidade...

Interrogo o infinito e às vezes choro...
Mas estendendo as mãos no vácuo, adoro
E aspiro unicamente à liberdade.


Antero de Quental, in "Sonetos"


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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 18/10/2012 02:03  Atualizado: 18/10/2012 02:03
 Re: Evolução
Que lindo esse poema do Antero! Sou sua fa!
Adoro seus poemas, e o meu preferido eh Nirvana.
Mas gosto de muitos outros dele tambem.
Maravilhoso esse!
Beijos
~Mary~

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