Olavo Bilac : Delírio
em 22/03/2009 14:32:08 (17193 leituras)
Olavo Bilac

Nua, mas para o amor não cabe o pejo
Na minha a sua boca eu comprimia.
E, em frêmitos carnais, ela dizia:
– Mais abaixo, meu bem, quero o teu beijo!

Na inconsciência bruta do meu desejo
Fremente, a minha boca obedecia,
E os seus seios, tão rígidos mordia,
Fazendo-a arrepiar em doce arpejo.

Em suspiros de gozos infinitos
Disse-me ela, ainda quase em grito:
– Mais abaixo, meu bem! – num frenesi.

No seu ventre pousei a minha boca,
– Mais abaixo, meu bem! – disse ela, louca,
Moralistas, perdoai! Obedeci...




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Enviado por Tópico
gil de olive
Publicado: 22/03/2009 16:41  Atualizado: 22/03/2009 16:41
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Mensagens: 4838
 Re: Delírio
Esse grande poeta e um dos culpados de eu gostar tanto de poesias.No meu terceiro ano primário, a professora escrevia na lousa poesias sem nenhuma pontuação, o aluno tinha que pontuar em poucos minutos.Sempre fui a vítima.Teve uma dele que tirei um dez,uma das mais belas,O PÁSSARO CATIVO.
Foi muito bom reler essa poesia,mexeu com a saudade.

Enviado por Tópico
Avozita
Publicado: 13/08/2009 22:31  Atualizado: 13/08/2009 22:31
Colaborador
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Localidade: Casal de Cambra - Lisboa
Mensagens: 4549
 Re: Delírio
Não existe adjectivo que qualifique a obra deste Sr.. Simplesmente maravilhoso.

Enviado por Tópico
marcioBELGIUM
Publicado: 06/11/2009 08:52  Atualizado: 06/11/2009 08:52
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Localidade: Bruxelas, Belgica
Mensagens: 37
 Re: Delírio
Perfeição em forma de poesia!!

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