
BEIJOS ATÓMICOS
Data 10/09/2009 19:16:36 | Tópico: Poemas
| Por entre explosões brilham seios Em Bagdad desafogo seu suspiro E nesses escombros, seu negro viro Para, nos clamores, ressurgirem meios
Mulher tanto de lá quanto de Algarve Em cujo suor de desamor há trave Devorando já tão dilacerado âmago E, sem mãos, em sua ânsia há afago
Iraquiana que talvez sejas a Ana Sou o soldado lírico em explosões Sejas feliz em Benguela ou Viana Ecoo sua desesperança de desilusões
Aqui, alvorece o cais de sombreiro E mesmo quando o sol se despede Também sou aquele golfinho com sede De seus sorrisos soltos para Fevereiro
Sigo ademais seus dias incomuns Com sol que revolta e se desprende Em seu corpo preso como presente E ora desvendado nem lágrimas ruins
Nem beira nem eira para ires Se é que queres essa letra seca Que leva teu silêncio oco à Meca Onde receosa tu desejas arco-íris
Em tablóides busco esses seios Ainda acesos mas tão desejosos De poesia da minh’alma sem pejos E que libertam teus largos receios
Voo a alguns milhares de pés Mas despenho desejos em ingenuidade Perdida há…há muito nessa cidade De cujas promessas tu já não crês
Quero, apesar disso, que sejas de lá Daquela terra que é teu universo Embora explosões seduzissem esse verso De onde o horizonte seu surgi cá…
Republicado em 10 de 09 de 2009 em Luanda
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