
CRÔNICA
Data 09/09/2009 02:36:03 | Tópico: Textos
| CRÔNICA
Uma tarde em que a temperatura amena desta paulicéia caótica e não desvairada, tende com o aproximar-se do ocaso, a esfriar. E eu,aqui sentado, tentando preencher os espaços vazios desta lauda celulósica. Os pensamentos, como que se tumultuam. O telefone toca. Tomam rumos diversos e eu me perco em caminhos e descaminhos. Mais um dia que se finda. Os ossos, já flagelados, se violentam, se violentam para manter esta miríade de moléculas em alta rotatividade. Emergem. Vem à tona, resquícios, fragmentos de coisas, fatos, atos e ações vividos outrora. Por momentos, alimento-os. E hoje, presentemente, fiz-me extra, não sei porque e não sei porque também me agito, me enrolo, me contorço, caio e levanto, me masturbo, e como um animal no cio, me entrego ao prazer desvairado. (...) Pausa para o café. Mesmo este pó aromatizado, já não tem sabor. Adentra-se faringe, laringe abaixo. E permanece o prazer animalesco que alucina. Entorpece os sentidos. Nem mesmo o som suave da música que toca ( o rádio está ligado) consegue desviar estes pensamentos estonteantes. Ah!...lembrei-me. E, Ela. Ela que passa com sorriso sensual, sugerindo-me mil atos lúbricos. (Ela passou pelo meu pensamento e se desfez como fumaça que se esgarça pelo ar). Me recomponho. O seu flanco mole...me amolece. Me amoleço. Paro. Penso. Vibro! ... Ah! O vento que passa pela veneziana entreaberta me desperta. Eu me desperto.
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