
Primaveracidade
Data 07/09/2009 20:44:09 | Tópico: Poemas
| Eia público bom vivã Venho exclamar aos sete ventos Tantos nobres intentos Fazer florir as primaveras Das novas eras ainda porvir.
Semeando amanhãs Escapando das febres terçãs Somos a meiga primavera Primeira verdade que renasce Bela prima do verão.
Engatando quintas marchas Nos tráfegos aéreos da alegria Só há trânsito de concórdias Semáforos de azaléias e margaridas Os amarelos dizem atenção Cuidado à natureza em ação.
Somos ainda e pra sempre crianças Crescendo de dentro pra fora de nós mesmos Abrimos os braços à estação Sintonizados nas frequências da emoção É chegado tempo de partilha Novos começos pra matilha De nossas cachorradas tão leais Transbordando prazeres em mananciais.
Quem nos cura se aprochegue Inspire o hálito de aconchego Nessa irmandade tão suada Vamos de mãos dadas à estrada Que nos leve leves às alturas do azul Que nos pouse suaves aos vermelhos da paixão Este verde nos sustente de cadências no bailão Anunciamos primaveras prevendo alegria no coração.
E seguimos densas sendas Trilhas espinhentas no dia a dia Às vezes nos cortamos mas há boas enfermeiras Há sempre belas ciências que nos resolvem certeiras.
E vamos de carona aos vendavais Sementes de risos voando em altos astrais Caímos em áfricas e chinas desconhecidas Resgatando antigas artes esquecidas Bailamos intensos na meditação Quietude que é também gostosa falação.
Inventamos o futuro imaginando nossos filhos Enteados primos e amigos Que nos dêem a mão quando falta o pão Que nos abracem forte fazendo aquela estralação Vamos humildes e bonitos Disfarçando as lágrimas que vira chuva Vamos dando cor e muita certa noção.
E as irmandades desabrocham Nas florestas de frutas escondidas Representamos mitos perdidos Nos aliando pelas rimas da razão.
Peço aos atentos compaixão Um pouco de braveza e muita retidão Peço aos ouvintes muita força de vontade E também que por favor fiquem muito à vontade Cá estamos vos servindo doces nomes que amamentam Leite de fé cheio de luz Vamos nascer de novo de nós mesmos Que este ar transparente seja nosso ventre Vamos nos parir de nós de nossa união Parto esperto sem dor e sim comoção Vamos sorrir às novas vidas que nos aguardam a lição.
O mundo quer mudança positiva Quer vivas e alegres terapias O mundo quer aprender a bendizer Cuidar dos matos e singelamente benzer O mundo quer nossos sonhos mais longínquos Que eles são a solução Quer um pouco de loucura também como não?
E vos pergunto atentamente Peço fechem os olhos e respirem somente Peço silêncio o quanto se puder Pra lhes indagar uma novidade que nos faça crescer E a grande pergunta é Permites a ti mesmo morrer pra pela vida renascer?
Não fique nervoso É morte imaginária É como o rasante da canária Que beberica do mamoeiro É uma morte de todos os erros Que deixe ressurgir os lindos ansejos Que nos permita perdoar a nós mesmos As atitudes incabidas que nos permitimos.
Concede ao próximo um olhar tranquilo Se não por mim nem por ti Faz pelas crianças que ainda não chegaram Faz pelas amazônias ainda preservadas Tua tranquilidade é teu maior bem Tenha certeza que amor vale mais que qualquer vintém.
Caiu minha tristeza ao solo É um pranto fértil dando novo ânimo Neste jardim tão florido de gente firme Vamos nos erguendo como troncos ao futuro Esta primavera é a primeira verdade É prima e vera E depois vem o verão Nosso forte irmão varão Carpinando as hortas aromáticas Fazendo suco de polpas selvagens Vamos ser também um pouco índios Cantando alto os deuses sem nome Rogando ao cosmos pela harmonia Que mesmo que não se entenda está lá Harmonia estendida pra lá de bagdá Nossas diferenças são só os medos de agradar.
Não tenha vergonha nem culpa alguma É o que vim lhes transmitir Neste portal de tempo eterno Da nova estação que nos vem abraçar Tudo que há é saúde e perfeição Basta regar estudar e cuidar Pra que ninguém fique sem a refeição.
E pra despedir e completar Vou me tornar uma nuvem de tempestade Roxa lilás e violeta a me esgazear Vou chover pétalas de rosas que os deuses estão a despejar Em ternura afago e carinho querem nos afogar Vamos dar as mãos no silêncio confortável Aceitando tudo que foi como foi e abrindo os olhos pro que vem a seguir Que uma coisa vos garanto com toda felicidade que me cabe no peito Pra quem ama está tudo certo e o que vem depois é comunhão com todo efeito.
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