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Data 31/08/2009 09:09:14 | Tópico: Poemas
| ( Glosas )
Mote…
Cai a chuva miudinha Eu vou caindo a seu lado Em cascata geladinha Eu vou desfiando o meu fado
Fonte de vida rainha Nos ribeiros de agua fria Eu procuro acalmia Uma trave que seja minha Um tecto pra me abrigar Debaixo do céu estrelado Tendo as nuvens por telhado Os grilos por companhia De manhã ao fim do dia Cai a chuva miudinha
Alentejo meu amado Do teu sangue me alimento Respiro-te solto no vento Aprendo com o teu passado No teu passo moderado Caminho por entre as ideias Germinam feitas colmeias Pelos campos alentejanos Tombam em gemidos ciganos Eu vou caindo a seu lado
Achei casa que me acarinha Debaixo do velho sobreiro Onde o gado está ao calmeiro Casa pobre, mas é minha Olho ao longe aquela linha A que chamam horizonte Vislumbro naquele monte Uma nuvem em delírio Desfaz-se em tons de lírio Em cascata geladinha
Este calor abafado Fustiga a velha planície Sem pena, sem meiguice Seca o restolho doirado Cama de pastor cansado Comida para o rebanho Tanta dor mal tamanho Aqui e ali um refrão Na chuva que molha o pão Eu vou desfiando o meu fado
Antónia Ruivo
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