
Condenados
Data 28/08/2009 04:05:22 | Tópico: Poemas -> Amor
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Escreva, o sol tarda ainda. Não fujas jamais ao desengano.
O que fizestes por todos estes dias a finco de menosprezar o que te move? Eis aí o teu castigo! Não renegue teus olhos do soturno da minha vinda. Irás abraçar a esta escrita como quem em despedida agarra-se ao que morre, e saberás desta tua paga inconstante que nunca finda.
Esconderás aos olhos alheios essa tua tênues que teima em suscitar? Tu és dona destas palavras. Encoraje-as, sopre vida nestas linhas que imploram. Carregue para sempre a culpa dos desafortunados que não ousaram arriscar. Eternamente escreva aos olhos daqueles que as tuas palavras ignoram.
Essa é a tua pena. Condenada ao lirismo desmedido de quem ama sem nada esperar. E nessa eventualidade que tu pensas existir, saberás em breve, que nada é em vão. E não penses que aqui feneces as ultima linhas desse teu jeito de amar. E nesta poesia tu revelas que um amor não é fugaz, quando há nele uma razão.
Seremos condenados eternos a estas palavras que são a razão do nosso escrever. Nunca pensastes nas razões as quais tu choras quando escreves sem saber? Nunca pensastes nas razões que levam tuas mãos a desordenar o tempo ? Tu és o verso que pulsa e jamais destas tuas linhas debalde será teu sentimento.
Eleve os olhos ao brilho deste sol que desnuda a madrugada fria e companheira, E saibas que tua escrita dá vida a este peito desolado que em tua mão segura. Não te aflijas, já foi dito. Tu escreves o que sentes, e não de outra maneira.
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