
Transcognição
Data 27/08/2009 23:47:49 | Tópico: Poemas
| Selva virgem em meu seio Nova alta esperança Num dia sagrado sem fim Dia noite adentro noite afora Versa a madrugada sua ode gélida E um sol verde queima em meditação.
Sol secreto Nos confins de minha mente Nos enfins de meu rebolado - Sol flúor Perversamente polimórfico Fujo da sombra de minha fé Pra me tostar sob ti Me deliciar nas carícias cafunés e rocejos Beijo à borborelha Ah divina centelha Gramática viva do riso A ciência da unidade.
Dialética disléxica Em gírias soturnas Trovoadas e mandingas - Homem ao mar!
Aos braços de Iêmanjá Às voltas cos sopros rosados Sou terra jardim e podador Sou ganância benevolente em busca de sangue denso Sou sede de dor e infecção e redenção e cura Sou meu lento dissipar Nesta plutocracia desgrenhada Sol esverdejante e magenta Num cubículo Caiado do branco da lâmpada artificial Temeroso do envelhecimento precoce Da feiúra da moralidade caduca Ranzinza tão tenro e terno Não quero minha aposentadoria pro diabo com o INSS! Pro inferno com todas as taxas fraudulentas Quero um inimigo perfeito Quero mais que as fronteiras geopolíticas como Nêmesis pessoal.
Acabasse a luz do mundo Num tilt global Ou HAARP fizesse eclodir o núcleo de plasma do planeta Ou tempestades solares Ou a chacina dos usurpadores - Ai idealismo sangrento Ai me dou conta É desta mesma fonte que bebeu o nazista Desta saliva venenosa bebeu o primeiro sacerdote Dragão entre dragões quero ir-me embora de minha Komodo.
Bóra Pasargadar!
Pralém de toda dor O êxtase natural Contração de toda fibra Tensão no arco do coração Me dependuro no trapézio Cambalhotas sobre timo Dou de cara com a alegria Metalúcida sinergia Entrego-me à corruptela Matreirice do brejeiro Sina fértil em ruminos.
O céu de minha boca canta Cospe estrelas no papel Sóis sistemas galáxias Caldo doce reluzente Os pontinhos vão dançando Se espalham pela vida Estrelas cadentes alcançando os distantes O céu de minha boca gargalha Rios de nêutrons bósons quarks Em fileiras invisíveis Ponto a ponto se costuram Brinco de ligue os pontos monto constelações Signos e mitos nas curvinhas das letrinhas.
Sou o grande grito do silêncio da pedra!
Sou o som sem som Do ruflar de asas da borboleta Borboletrando desmedido Desmentindo descabido As promessas mortas da política As certezas frias do cético cínico Me afasto de minha pátria - De que me vale uma família que nunca passa de antípoda?
Ai funesta ingratidão Deus me livre de um dia maldizer aos meus pais Pelo erro livre de me terem gerado Pelo grave sarro de me terem incumbido a missão mais confusa.
Me faço de experto Pago de gênio E uso a estória toda em prol do Narciso em mim.
Então a vaidade se desgasta Desgasta tudo afinal O orgulho se retrai Na visão ardente do futuro incerto Arrepio arredio Sincopando órbitas em minh'alma Me dizendo Agora Agora jovem Agora em frente jovem Agora sempre em frente sempre à vida jovem!
Jovem ainda Me indago Da suprema nutrição.
Aliança entre foragidos Pacto de amor calado Vamos de peito aberto De queixo duro e erguido Ah bem erguido Que os que manipulam a massa Pensam que conduzem a carroça da relevância Mas são palha seca ao vento.
A verdadeira imortalidade existe Está na coragem da felicidade.
A felicidade abstrata Conceitual Felicidade duma saúde pusilânime Felicidade ciosa E em cio arrebatado Por cima de toda miséria Felicidade triste da atualidade Por cima de toda insanidade capetalista Felicidade simbólica No brilho do pranto do meeiro Que pôs seus filhos na escola Altivo em alinho Carpinando a horta que alimenta o burguês Metido a ianque sabichão Não faz idéia da enxada em ação Mãe do centeio de seu pão.
Sou gato preto sem aviso Espelho quebrado em mil pedaços Sou mil patas de coelho mil ferraduras enferrujadas Hiperssonia do morcego Sou o frio pontiagudo da cachoeira.
Vem Vem te banhar fedorento Vem te limpar sujismunda!
Tenso o eixo? Só se for de chuveirada quente?
Minha verdade não é morna Nem doce - É neve que chamusca Santo giló. Em 4 de Março de 2008. http://orgasmagia.blogspot.com/
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