
A MENTIRA
Data 26/08/2009 16:45:40 | Tópico: Poemas
| A MENTIRA
É uma peta, uma patranha É o contrário da verdade É m engano, uma ilusão Tem por base a falsidade
Tem cunho da deslealdade E a missão de confundir Quem ouve como verdade Aquele que está a mentir
São as palavras a fingir Coisa ou acto simulado Mas verdadeiro tal parece A quem assim é enganado
É um engano propositado E não tem classificação Quem tal faz é desleal Pois comete uma traição
A mentira é uma ideia Que o cérebro congemina Ou então é momentânea E como tal, é repentina
Qualquer coisa determina O contrário da verdade A mentira é uma manha Que não tem cor nem idade
Mas o que hoje é verdade Amanhã pode ser mentira Depende de quem a ouve E lhe põe mais uma tira
Se for político, até delira Quando promete á multidão Coisas, que não pode fazer Mas que muitos votos dão
Mentira não tem coração E um político é cerebral Engana quem de boa fé Verdade toma como tal
Mas outros são tal e qual Caso são os caçadores E equiparados com eles Há depois os pescadores
Toda a mentira tem épocas Cada época tem tradição Mas essas são as mentiras Que se sabem de antemão
Mente-se á patroa e ao patrão A qualquer homem ou mulher A língua não tem censura Diz aquilo que lhe aprouver
Mentiroso é um qualquer Que por falta de clareza Numa conversa diz coisas De que não tem a certeza
Mas até pode ter beleza Uma mentira inocente Que depois de descoberta Até faz rir muita gente
Quem o faz frequentemente Se pode chamar mentiroso A mentira torna-se um vício E como um vício, é perigoso
Por qualquer coisa se mente Depende da conveniência Como arte não se ensina Nem se estuda tal ciência
Não há nenhum venturoso Que não diga uma peta Só se ainda for bebé Não fale e use chupeta
Com um sorriso e uma treta Anda meio mundo a enganar Outro meio que depois d’ouvir Depressa lhe toma o lugar
Pode até ser uma arte Mas eu fico-me por aqui Pois nestes simples versos Penso que ainda não menti
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