
Inegável estranheza poética de quem ama
Data 23/08/2009 03:36:54 | Tópico: Poemas
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O que é estranho aos vossos olhos, a mim, é tão entendido saber. Palavras soltas ou presas a fios inventados, jamais cairão no desuso. Há os que lêem sem entendimento, e os que esperam entender. Não menosprezo esta escrita, pois, dela faz-se a razão do meu abuso.
Tu tens medo das palavras? Tenha. Elas são um amontoado de armadilhas. Avançam a linha da sanidade isolando de ti, a razão a qual acreditar. Loucura de poeta, acreditar que pode sobreviver sozinho nestas ilhas. Bem sabe ele, que a palavra que faz sorrir, também mata de tristeza, ódio e pesar.
Inegável estranheza render-se a meros versos, nada mais que nada eles são. É tão fácil amarrá-los, porém, tão difícil entendê-los aos olhos superficiais. Como entender a cabeça de um poeta, sem nem mesmo ele tem razão? Ser refém e carrasco da escrita é pertencer a um mundo que nem existe mais.
No mundo da poética, onde o ódio e o amor caminham em parelha servil. Onde o tempo não é tempo e de passado vive-se agora, neste instante. Onde a tristeza é bem mais triste e o julgo de quem lê, é sempre o mais hostil. Mundo de ilusões, ou, mundo real iludido, diz esta escrita, por vezes, tão errante.
Farão entendimentos tantos, bem sei, comove-me a intenção de sabererem de tudo. Pois, digo-lhe que tudo o que meus estranhos versos mais querem nesta vida, é que todos saibam ,que grito o amor aos quatro ventos, num som ainda mudo. Mesmo que as palavras passem, irá ficar pra sempre, este amor maior e sem medida.
Ninguém jamais irá escrever de amor se não sentir o amor de verdade. Escrevo é porque amo, se amo , é porque está escrito.
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