
ate que fosse madrugada
Data 20/08/2009 01:07:49 | Tópico: Poemas
| ai quem me dera que tudo fosse diferente que as gotas que escorrem da minha face não fossem lágrimas mas sangue de gente sou órfão das palavras que escrevo sou o desastre que o destino tece
ai quem me dera não ter saído do cravo que ainda alimenta a esperança dos homens feitos soldado bravo que arrasto desde tempo de criança
ai quem me dera aos serviçais do medo uma morte rápida e indolor num suspiro de alivio letal que as mães do fogo pela manha cedo festejassem o nascimento sem pudor
ai quem me dera que de forma liberal os que fazem do ódio e repressão a cantiga de alvorada caíssem de maduros no chão e sufocassem no próprio vomito
ai quem me dera depois de lavada a rua e a liberdade agora libertada pudesse andar por ela nua ate que fosse madrugada
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