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Data 27/07/2009 22:21:35 | Tópico: Poemas
| Embrenho-me na expectativa De cada cabelo branco, cada Ruga a germinar, socalcos nus O meu rosto a transfigurar, vazio Existência presa por um fio Olho o espelho da vida Não me reconheço, perdi-me Algures na planície deserta Onde semeei os sonhos Em hora incerta, marcada Pela descoberta, em terra lavrada Com o arado do saber, dos velhos Que me ensinaram a viver Ensinaram a te querer Ai Alentejo, És a pedra no sapato, buraco Vulcão em chama, terra, terra Dor tamanha, sangue, entranha Eu e gente que te proclama Nossa história de vida, bitola Onde trilhámos o caminho Que nos elevou ao ponto mais alto Do sonho… Resta o desespero de um fim Sim, do fim … o nosso Porque o teu Alentejo… Não se avista no fim do tempo Perdeu-se nas asas do vento.
Antónia Ruivo
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