
DEIXA DE BATER POBRE CORAÇÃO
Data 24/07/2009 17:29:06 | Tópico: Poemas -> Sombrios
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Toquem os sinos a compasso e passo a passo, carreguem meu féretro (um velho lençol teria o mesmo efeito) e que no meu regaço, descanse a vontade de um morto… e seja eu… de sorriso nos lábios.
Não quero nem desejo, mais do que um buraco, onde sem grandes dificuldades, nele me joguem… e virando-me costas, de pronto se ponham a zombar, de minha triste figura, que um dia se quis poeta.
Renego um só padre que seja, junto da pouca terra que me cobre… costume bem antigo este, de pouca terra cobrirem os infames, para assim servirem os animais, que por ali passam.
Ah, e não me levem flores, pois não se dão flores, a quem morre de suicídio.
Então que ninguém chore, aquele que atentou, contra a sua própria vida… porém, a ninguém esqueça, que este é um direito, que a todos e a qualquer um assiste…
Embora impossível pareça, vivi de sentimentos profundos; longe fui no pensamento e reflexão, pensando não em mim mas nos outros.
Saudades levarei, com certeza, de meus queridos pais, da mulher, que sempre amei e de meus amigos!
Talvez um dia nos encontremos por aí, num filme qualquer, a preto e branco.
Jorge Humberto 23/07/09
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