
«« Raio de luar ««
Data 17/07/2009 21:54:14 | Tópico: Poemas
| Por vezes procuro no espaço incerto Uma galáxia distante, perdida em espiral Um rochedo majestoso, no tempo ancestral Por vezes procuro um vasto deserto
Onde me perca da minha existência Possa conversar com o frio do silencio Que trespassa o ego e se esfuma no vazio Dos dias que passam em franca carência
Traz-me essa procura incoerente Pedaços perfeitos, salpicos de esperança De que um dia o tempo, seja de mudança Que a minha estrela brilhe resplandecente
E traga na cauda areia perfumada Lavanda, rosmaninho, pedaços de luz Areia essa vista a contra luz Mostre a tua imagem, um tanto cansada
Dos trilhos da vida, sonhos desfeitos Carinhos por viver, em dias passados Versos por escrever, outros declamados Dos amores perdidos, horas sem acertos
Porque não chegas na noite esvaída Em anos de luz e recordações Nesse escuro em que escuto velhas canções Que me lembram a vida, um dia perdida
Porque não te abeiras de forma subtil E me ofereces a areia brilhante Que se afasta da galáxia distante E inunda a terra nas chuvas de Abril
Talvez essa chuva renove ilusões Floresça o amor, num hino sublime Serenata ao luar, em flauta que anime Os corpos cansados, espiral de emoções Renasce a aurora a noite já vai A minha procura já dorme em silencio O dia renasce se foi o mistério Num raio de luar o deserto se esvai
Antónia Ruivo
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