
ODE ÀS MÃOS
Data 08/07/2009 17:16:44 | Tópico: Prosas Poéticas
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São mãos, que lavram a terra… as mesmas que, cuidadosamente, no chão, com a ajuda, de uma enxada, vão abrindo, pequenos rios, levando água, às frágeis sementes, acabadas de plantar, quer faça sol, ou se abata a chuva.
Mãos calejadas, ostenta-as o pescador, por uma vida inteira, puxando redes… e, que, em chegando à praia, depois da faina, rudes golpes, na carne viva, suportando dor imensa, ainda têm de concertar, a malha salgada, estragada, pelo esforço, queimando a f’rida aberta.
E mais estas mãos suportam… do vidro, o estremo calor; do ferro, a dureza, descomunal; das minas, o minério, a rocha; do aço, as colossais, temperaturas; do gelo a apanha da fruta; do martelo, o ângulo certo, da pedra, calçando estradas, estancando o sangue, com lenços enrolados, cobrindo dedos e mãos.
E depois temos as mãos do artista, de todos os artistas, que se servem, da sensibilidade, do toque, para as suas raras criações. Sim… mesmo o poeta, recebe suas vibrações, partindo, das ampolas, de seus dedos.
Ah, mas não há nada, como as mãos puras de uma criança ou de um velho! E a protecção, que estas transmitem, vinda de nossos pais… ou relevando carinho, de um amigo… um passar apaixonado, pelos cabelos, de quem amamos.
E muito, muito mais, teria a dizer, da importância das mãos… salientando aqui, por exemplo, as dos bombeiros; dos médicos; dos cientistas; dos inventores, que, pelas suas mãos, de um modo, altruísta, dispõe-se, a melhorar o mundo… e mais… e mais… e mais… Ah, se eu fosse, poeta!
Jorge Humberto 07/07/09
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