
MORTE
Data 03/07/2009 19:09:56 | Tópico: Poemas
| A morte virá ao meu encontro Virá sem prenúncios Antes quero vislumbrar os urubus A adejarem ao sabor do vento E a devorar as carniças As águias a rapinar os filhotes As lavas incandescentes a sapecar as populações Os carros engarrafados nas autoestradas A névoa que cega os motoristas A folhagem ocultando as panteras As brisas que se transformam em furacões E destroem as cidades Os maremotos que expulsam os invasores do litoral.
A morte virá inadvertidamente Numa tarde Ou numa manhã de céu claro Airosa para todos Até para mim Que transfiro aos outros O peso e o alto custo de viver Entrando no marasmo não mais me vejo Não sinto um centímetro à frente O soturno invade tudo E eu nada mais sou.
O clarão está apenas fora Lá tudo continua Até que meus ossos sejam triturados Até que os vermes deem cabo de minhas carnes Muitos mundos se extinguirão A terra com seu sadismo infrene Simplesmente deglute as criaturas Uma a uma.
JOEL DE SÁ 03/07/2009.
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