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Data 30/06/2009 20:55:22 | Tópico: Sonetos

Onde perdi a consciência ou a transfigurei,
Opondo-me á razão da sobrevivência
Inércia impenetrável da aparência
Quanto mais me busco, mais me afastei

Das raízes rugosas dos poemas que matei
Enfeitei-os de nada sem dor ou clemência
Extasiei-me no fácil e na ausência
Neguei a mensagem, na rima que afoguei


No oceano da facilidade, fútil vaidade
Matizei-me poeta, do repetitivo
Escrevi no limite do nada,com agilidade

Coroei-me de louros em papel cativo
Utópico livro sem estante ou claridade
Será que sou poema, porventura estou vivo?


Antónia Ruivo


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