
A PROLE DA FÉ
Data 25/06/2009 12:42:56 | Tópico: Poemas -> Sociais
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Olhemos atentamente o que ostenta A imagem transmitida pela tv: No noticiário noctívago, O cortejo trôpego da gente De semblante sulcado, sofrido, álacre, lôbrego, Mestiço, sôfrego, extasiado, sertanejo e íntegro Faz ecoar seu religioso cântico De celebração da vida.
Em cada um deles, Templos da diáfana credulidade Se edificam, prosperam, Irrompem-lhes o DNA, Cultivando novos jardins da cintilante flor amarela, Tornando-se, enfim, o núcleo, o entorno E o todo da sua orgânica matéria.
Por isso, quando quase exauridos, Em seu dúctil ânimo, Pelo perverso itinerário de chagas, desgraças e látegos, Erigido por seu sinuoso fado, Não optam por se entregar ao refrigerante vácuo, Á reconfortante quietude infinita Do prematuro ocaso; Deixam, ao contrário, Que a chama da crença Dome e incendeie seu abstrato cosmo corpóreo, Metamorfoseando-o no mais inexpugnável dos santuários!
No entanto, Apesar dos sacerdotes ou zagais da mentira, Dos paraísos ou oásis Que segredam as perniciosas areias movediças, A aura da esperança, Encerrada no coração Daquelas pessoas generosas, denodadas, Transmite respeito, comove, cativa Um centurião marxista.
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
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