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Data 04/06/2009 23:57:01 | Tópico: Prosas Poéticas
| Vivo num mundo Dedilhado pelos dedos de um ser Trazido pelas auroras frias de mais um dia. Esses dias passam pela minha pele E a envelhecem naturalmente. Sorrio por estar vivo E respiro o ar perfumado que me rodeia. Sou assim, Preso nestas coisas simples da vida Como beber um copo de água na varanda do terraço E suspirar por me lembrar do amor. Lembrei-me, igualmente, que sou poeta. Conjugo palavras como croché, Numa harmoniosa manta de retalhos diversos, Cujas lembranças fiz questão de guardar. Trinta anos. São estes os anos que já vivi. Lembro-me que ainda ontem Realizei sonhos de infância E tornei-me obstinado na adolescência. São já trinta. Junto-os como quem junta grãos de arroz. Encontro-me entre o homem e o miúdo, Num beco de sensações várias, Onde me olho e recordo Como é ser eu, assim, despido de mim.
4 de Junho de 2009
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