
CÉU ARTIFICIAL
Data 03/06/2009 11:49:00 | Tópico: Poemas -> Tristeza
|
Sob o teto de casa, Fito o perpasso da vida: Ora caminhando pela via Da cromática sorumbática Qual emana da íris pálida; Ora deixando-se ficar imersa Nas profundezas do mar da alacridade: Esta a fluir caudalosamente Pelos olhos e maçãs da face Meditativamente ébria, errática aeronave!
A relação assimétrica O cerne da mente invade: Exeqüibilidade e a verve da vontade Erigem a perniciosa consonância caótica, trágica Que grassa, perfura, retalha Como a mais afiada lâmina de navalha Ou tal a vulcânica bomba detonada Que faz da íntima pátria A mais dantesca câmara mortuária.
Rancor e recomeço Travam uma querela férrea Que doma e flagela As pradarias, plagas, malhas, cataratas Da inconsútil e destemida alma.
No entanto, Apesar da vigorosa órbita De vórtices e tormentas, A bem da verdade É que a certeza De um outro dia nascendo Da retina do teimoso Córtex brota. Fazendo Brotar também a esperança De que esteja próximo O dia do logro da interior Plena concórdia.
Afinal, Sob o teto de casa, Contemplo o perpasso da vida: Paramento-me com estrelas-chagas Quais amadurecem e dão a direção exata Á minha visão temerária. Contudo, Pouco cicatrizam: na verdade, exalam O indelével perfume da mágoa Cuja vivenda situa-se na minha Agônica e baldia ermida cansada.
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
|
|