
"Presenças"
Data 27/05/2009 17:42:48 | Tópico: Prosas Poéticas
| Adivinhar-te o rosto, Desenhar de ti nem que seja um esboço, Imaginar que o teu sorriso mergulhou no meu, É algo que me acontece amiúde, sempre que estou só.
Para manter desperto este hábito, Basta abrir as janelas do pensamento, E ficar à escuta dos finos acordes que escapam de dentro de mim, sempre que te perspectivo.
São sons semelhantes aos que se propagam pelos céus, Quando os anjos partem de visita a Deus, Para poderem demonstrar o seu amor e devoção.
Vivo embalada, desde que te vi, Durante mais de mil dias e noites, Pelo som desse ritmo.
És fonte de criação e inspiração da minha poesia, Enquanto te invento, mato em mim a solidão, Basta abrir os olhos cada manhã, Dar alvíssaras ao Sol, Para que se renove a fé e a esperança no futuro.
Não tenham dó de mim, nunca. Estar viva e ser detentora de uma razão, É um bem supremo, É tudo quanto preciso para escutar o que por ti e para ti, desejo.
És tu quem quebras a rotina de todos os silêncios que às vezes se instalam no meu peito, As entropias que me atenuam no pulso o ritmo da pulsação, e no coração, o apego à vida.
És tu, meu neto. Porque és tu quem sempre me dás o mote, para que possa partir rumo à alegria.
Beatriz Barroso
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