
a fonte das palavras...
Data 23/05/2009 18:44:25 | Tópico: Poemas
| Já passei o meio da vida não me dói o corpo o sol ainda brilha Quero regressar a onde nunca fui aos lugares que não conheci.
Lá longe onde longamente contemplo a sede do rio de poesia vindo da fonte que não bebo. Apenas pudesse eu lavar as minhas mãos e limpar meu rosto nas palavras…
Mas são outras as águas que se agarram a mim aquelas de gotas de cristais que se quebram quando falam e rasgam os meus lábios nos suspiros da sua pronuncia.
Vou morrer qualquer dia (ninguém escapa a morte) mas o Pessoa e outros tais beberam da água desse rio que eu apenas contemplo e jamais alcanço… (satisfaz-me simplesmente saber que eles não esgotaram sua sede).
Naquele lugar não vão partir caravelas ou barcos imensos apenas versos azuis para mares incertos rumo a jardins náufragos nos oceanos de todos os universos para além do universo
Eu contemplo esse lugar nunca será meu… mas irei lá voltar vou querer sempre uma e outra vez mais espreitá-lo por detrás da folhagem branca da floresta aquela fonte de água viva onde nascem as palavras que não são minhas.
Não importa viver nesta mentira se por pouco muito pouco eu posso ser a criança a sentir o lugar onde nasce, vive e dura a poesia. Mesmo sem a metade da vida dá sentido a toda a vida.
Imagem Sapo
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