Dei ex machina

Data 20/05/2009 18:37:25 | Tópico: Poemas -> Surrealistas

O Câncer se insinua
Sob a nueza dos dentes

Os ossos doem como asas
Gastas displicentemente

Penso que perco a corrida
Ignoro os princípios e feras

Penso que penso as retas
Como oscuras quimeras

O coma comendo os olhos
Sem a pressa que se me exige

Esfinge no espelho amputada
Leoa desnasal embaraçada

Emputecida em tristes patas
Arrebata estigmas enigmáticos

Matemáticos e maus poetas
Apodreceram sob sua sombra

Alfombra de meus infartos
Partos de minhas perdas

Fendas e arrebatamentos
Sob aqueles calcanhares

Sobre Aquiles desnudos
Mudos aos amarelos mares

Fraquezas de semi-deuses
Entre cruezas de mil atreus.



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