...

Data 11/05/2009 08:11:22 | Tópico: Prosas Poéticas

Ontem, a lua acompanhou-me até casa. Com malícia perguntou se podia entrar. Embora me tentasse com o seu brilho imenso, preferi deixá-la do lado de fora da janela, deixando a sua luz abraçar-me ao deitar. Senti o cansaço de todos os segundos que já vivi. Aconcheguei-me ao respirar da noite e adormeci.

Hoje, acordei com o cantar do sol e o sabor doce, nos lábios, de um beijo deixado pela noite. Levantei-me e olhei uma cidade ainda por se vestir, semi-nua de gente. Tinha acordado no sítio errado. Faltavam-me os sorrisos inquietos e quentes das manhãs de sábado. Às vezes também eu sinto saudades de mim.

As palavras atropelam-se na mente, chegam ao peito e lançam-se aos dedos. Vasculho nas horas a esperança de encontrar um tempo para escrever. Cravam-se os espinhos da ansiedade e deixo-me levar pelo rio da imaginação, como uma folha que viaja, feliz, no Tejo. Gostava tanto de beijar a foz do Tejo.

...

(excerto de um texto)


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=82334