
Uma vida inteira.
Data 07/05/2009 23:19:13 | Tópico: Poemas
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Tenho ainda poucos anos de vida E acho que poucos são os que me restam… Passei uma vida inteira vivendo o impensável; Vivi sonhos, vivi realidades irreais Vivi tudo mesmo a vida em si. Dezoito anos de uma vida sem sentido Castigada por uma eterna busca de mim mesmo. Dizem que adolescência serve para isso mesmo Mas se a minha opinião ainda conta: Sinto que vivi trezentos anos sobre mim E nunca me descobri; Não me sinto novo e à espera de me ir descobrindo…
A vida passa diante dos meus olhos E todos os caminhos são tortos Escritos nas mesmas linhas a direito Que me levam sempre à solidão. Passei a vida inteira a tentar se algo E quando agora chega a hora de ser eu Sei ser tudo menos eu próprio. Olho diante do espelho e dou grito Ao ver um estranho nele impingido Como serei que mudei tanto? Sempre soube ser diferente Desde miúdo pequeno que sei ser diferente. Agora surge-me a pergunta: Sou diferente de quem? Dos outros ou de mim mesmo?
Passo a vida a questionar Nada de acções, só questionar. Questiono-me sobre o universo, Sobre a morte, E sobre tudo aquilo para que não existe resposta. Quem me dera fazer perguntas que já tem uma resposta… Quem me dera ser ignorante e feliz como muitos… Mas em vez disso Tenho esta consciência que só me faz pensar. Como eu cheguei de sonhador A um pensador? Se pelo menos fosse um pensador com respostas… Mas ao contrário sou um pensador Sem interesse em responder a nada Sento-me olhando o céu À espera que como por milagre de um a religião qualquer Um dia em vez de chuva chova as respostas que procuro.
E quando não me questiono, Procuro a futilidade do amor. Será que eu não me canso De procurar sempre a inexistente felicidade? Será que já não sei que para ser feliz tenho que ser ignorante? E raios que eu sei que não sou ignorante! Posso ser louco e demente até, Mas estúpido? Isso nunca o serei! Podem julgar-me ignorante, Mas na realidade não o sou. E ponho-me à procura do amor que sei não existir E se existe, só existe nas minhas poesias E nas minhas mais profunda fantasias Porque nunca no mundo haverá alguém para mim. Ando sempre à procura à procura? Mas do quê? De quem? Será que me amo a mim mesmo, Mas que neste ódio que por mim próprio sinto Não consigo contemplar?
Raios para o mundo e as suas questões Raios para todos e as suas sociedades organizadas Raios para a raça humana que se tinha de por em pé para pensar! E porra para a vida! Que se esta minha vida inteira!
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