
Pluralidade
Data 04/05/2009 19:46:15 | Tópico: Poemas -> Fantasia
| Murmura no meu sangue a princesa de olhos de corvo, Negra como a noite que adormece o sono eterno E baila sobre as cinzas do túmulo de ninguém, Mas também a terna rainha do amanhecer Estende os meus braços à luz que atravessa o dia E renasce aurora no orvalho de uma flor. Tenho na voz a revolta da tempestade, O murmúrio dos ventos que revolvem as areias do deserto E a chuva que fustiga as velas das velhas naus, Mas também o dócil calor de um sol adormecido Na calma outonal dos dias que movem a procissão dos corpos. Sou profetisa de todo um destino clarividente E cega justiça derrubada num mundo de iniquidade, E, sendo pó de estrelas na multiplicidade de mim, Sou o nada oculto sob os excertos de um todo.
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