
Poema.
Data 02/05/2009 20:25:15 | Tópico: Poemas
| O eco do fundo dos teus olhos Refunde-me para as sombras do jardim Que é o teu corpo.
E absorta fujo, escondo-me, Porque te tenho, porque me tens, Porque sou eternamente tua.
Mas algures no meio do fulgor Do teu abraço Surge um navio prestes a naufragar. No jardim do teu corpo, Navega em mar verde, O navio prestes a naufragar.
Algures no meio de todo este fogo Que arde num delírio delirante Surge a minha âncora, De ferro forte, feio, esquecido De onde encontra meu porto seguro.
Oh, se o abandono soubesse Onde encontrar essa estrada Que me leva...
Se essa voz soubesse Onde cantar minha tristeza...
Então saberia onde se encontra o princípio do fim Encontra-se em ti e em mim, E no barco que te naufraga, Nas sombras que nos refundem, No vento frio que se faz sentir Nesse teu jardim, ao fim da tarde, Na poeira de um entardecer já antigo...
Sim, o eco do fundo dos teus olhos Refunde-me para as sombras do jardim Que é o teu corpo. E, sós, amamo-nos, como se jamais Amanhã houvesse.
CS
|
|