
Revolta Astronómica
Data 02/05/2009 13:41:48 | Tópico: Poemas
| I
Sentimento – revolta Sentimento – tristeza Sentimento – de ser órfão de não saber quem sou...
Como é que EU Tendo pai, mãe, irmão, Posso sentir este estado De revolta com o Mundo?
Ora a sociedade já EU tinha entendido Mas com o meio do conhecer É primeira vez que me revolto.
Como podem eles dizer o que é e o que não é uma entidade Quem são eles para dizer que o Inferno não é estado de ser inspirado Mas mera desilusão nocturna Em espaço vazio, escuro e negro?
Nove é sem dúvida uma boa medida Dez também o era A Doze, à dúzia já não era mais barato? Mas OITO??? E um ANÃO??? À NÃO!!! Isto não é a Branca de Neve...
Como podem ELES dizer o que é e o que não é! Se gira em torno Ou se gira em destrono!
Fá-lo sentir, NÃO?!? Fá-lo transformar Em algo que supostamente É!!! e que agora deixa de sê-lo!!!
Mudança sim é importante Espírito de inovação também Mas definir que X é anão E que X para a frente não é nada E nada sendo anões Não faz sentido nenhum!!!
Um sistema não é finito É sempre infinito Percorre em linha recta Ou num plano sempre em expansão.
BASTA DE RETIRAR!!! CARAMBA. Não sabem redenominar!!! É tão simples como 1, 2, 3...
II
Pobre Perséfone Já não bastava estar trancada três meses Nos paraísos da Terra Agora deixa de ter esposo Deixa de ter sentido O motivo de ser mistério Sim... e de ser sexual...
Filhos de latas Filhos de coração sem emoção Não gostam de ti Já vistes!!! Não lhe fizestes nada Bem pelo contrário Deste-lhes oportunidades Para dar novas fronteiras ao verso...
Tu, eras... NÃO, ÉS!!! Aquele que avisa Daqui se passarás Entrarás noutro reino E aqueles que vierem, que venham em pax.
Com isto quem fica a ganhar é teu irmão Mais mar do que mistério Mais sonho do que sexo Mais sentimentos oníricos do que novas experiências que nos abram o espírito.
É barrar o curso É retirar um pé, um braço, É nos tirar o PLUTÃO sem coração...
Fico triste Fico REVOLTADO Fico sem reacção Fico sem regente Sinto-me que nem um órfão de pai e mãe Sinto-me impossível de saber que já não sou!!!
III
Ao centro eis o EU – Terra A Norte de onde eu vim – Lua A Sul quem eu sou – Sol Na ponta do pentagrama do Norte Vira-se mais quatro: A razão – Mercúrio O amor – Vénus A vontade – Marte A lei e a sabedoria – Júpiter Com a ponta do pentagrama do Sul Vemos: a morte e a mudança – Saturno a transformação – Úrano o espírito e o sonho – Neptuno o inconsciente e a visão futura – Plutão.
Se eliminar-mos o nosso inconsciente e a visão para o futuro, Não perdemos também a nossa identidade???
IV
O guerreiro voltou a residir em nós É provável que o punhal esteja enferrujado Deixei de poder dizer quem sou Sinto-me em parte despido... Para todo o sempre Longe ou perto, cá te espero Unido em mim Travarei todas as batalhas futuras Assim, de elmo posto e de espada erguida Orgulhosamente afirmo: “Eis teu guerreiro de corpo e espírito!”
V
Como fora capaz Como??? Saber é poder Queimar o conhecimento é desfazer a cultura. Não serei capaz de dizê-lo. Pois para mim serás sempre. PLUTÃO, o guardião para o futuro PLUTÃO aquele que guarda o inconsciente PLUTÃO o nono do nosso Sol!!!
VI
Eles dizem que agora só são oito E eu defendo que são NOVE para mais infinito. A partir do SOL, passando pela nossa LUA: Mércurio, Vénus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Úrano e Neptuno... E PLUTÃO!!! E lá ao longe, eis a discórdia da revolta: Éris!
@Setúbal, 24-8-2008
Ápos a decisão dos Astronomos, na definição de como definir entre um planeta e um planeta anão, em baixar Plutão para a categoria de Planeta Anão.
Já era tempo em faze-lo sair do baú.
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