
Absoluto relativo
Data 01/05/2009 21:31:06 | Tópico: Poemas -> Reflexão
| Conheci hoje o sabor da relva O rodopio da selva das frases feitas Faço luto pelos discursos estéreis e ocos Elevo-me para além de pios loucos Sou ainda capaz de descer e subir esse degrau De me sentar à luz e saborear Palavras de canela e de cacau Sou forte que nem eu Mesmo nos braços de Morfeu Até seus delírios são oniricamente fortes Mais dados às certezas que às sortes Espera-me uma mesa farta Um sofá de pele de marta Uma cozinha mais cheia que pouca E uma inconsolada boca Faço luto pela incompreensão Quando se faz noite sem razão Quando o Sol foge da minha vigia Se não se faz dia Faço luto se perco a mesa Se viciam o baralho Se me fazem beijar o soalho Faço luto se não me deixam fazer luto Se fazem do relativo absoluto Ou da matéria um produto Faço luto e não poemas Mesmo sem razão aparente De fazer luto e ser diferente
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