
Pontas Soltas
Data 24/05/2007 13:04:49 | Tópico: Poemas
| Pontas Soltas
O que escrever Com tudo isto Que me passa pelo cérebro?
Estou farto de todas estas drogas Serotogénicas, hipnóticos, etc. Saturado da sua inacção E elevada proclamação.
O que me esgota É a esperança no amanhã! A minha alma não se renova Como o fazem as de crianças.
Decerto possuem revitalização, Pedaços de alma estaminais Que a renovam Após dores brutais.
Fixo-me na ideia monástica, Fugir de tudo, do nada. Deixar a vida plástica.
Há ideias recorrentes, Insistentes, cansativas. Há pensamentos trovejantes De tempestades inexistentes.
Há também compulsões, projecções, Identificações e outras, Que não me lembro.
Há o desespero De feridas mordidas Que se impõem Frente a qualquer coisa.
E há dores. Oh! Que não se explicam.
Sou eu um pedaço de alma perdido? Um dejecto abjecto De uma propulsão estelar?
Onde me encontro? Estou farto de buscar Sem encontrar Nada que se lhe assemelhe.
Ou a falta que sinto (Não sei bem do quê) Vem de um gémeo falecido Ainda no ventre materno?
Posso também ter na minha vida As estações trocadas. No entanto ainda não passou o inverno.
Um diário! Uma solução de despejo. Vale a luta E toda esta vida filha da puta Vomitada nele?
Insurge-te de uma vez. Gosto de extremos: Temperança é invalidez. Desloca-te de extremo a extremo Ou extingue-te, Cessa! Quantas vezes to pedi?
Quero voltar, Está permeado esse desejo em mim, Mas nem sequer sei de onde vim.
Sou um turista perdido, Amargo e mau amigo.
Tenho a tua tinta Marcada nos interdígitos Das minhas impressões. Tenho-te também deslocada, Mal colocada. Assim não és! Só mancha Que o podias ser De outra qualquer.
14/12/2006
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