
À BEIRA DO TEJO (DESTINO) - (homenagem à Amália Rodrigues)
Data 15/05/2009 13:45:56 | Tópico: Poemas
|  DESTINO
Todo dia, à beira do querido Tejo, eu me sento. No vento, de Amália, chega-me uma melodia. Ela toca-me a alma com seus sofridos versos, que louvam, docemente, as belezas do Universo. Canto com ela... baixinho canto... um acalanto... me encanto... e desejo tanto nesta mesma hora levantar-me sem demora e ir num barco branco, por fim... de encontro a um destino saltimbanco, e incerto. Perder-me...viajor sem um rumo certo. Desnortear a bússola, atrever-me a tudo descobrir, e, sem pavor nenhum, um roteiro qualquer seguir.
A canção cresce e - por dentro - ela me agita pois - por dentro - há uma dor bem conhecida Desoriento-me feito um hiato ou uma despedida, imaginando todos os lenços ... de tantas partidas.
Rei dos exílios, do desterro e do ostracismo - (aqui solitário) eu sonho... sonho e cismo - forte é minha atração pelos internos abismos. Quando (a meus pés) sinto a água fria a subir, eu meio que acordo ... então me ergo ... e saio pois é hora de ir...voltar a mim...triste a sorrir. Percebo que é ali, assim, que eu sempre divago perdido, calado, obstinado, ainda não civilizado. Sei que outra tarde acabou, passou...se perdeu... Vexado e apressado, coloco a culpa nesses fados:
- O de Amália ... e o meu!!!****************** Silvia Regina Costa Lima 9 de junho de 2008 *********** Publicado no Recanto das Letras em 11/06/2008 Código do texto: T1029853 http://recantodasletras.uol.com.br/poesias/1029853************** Dedicado a Amália, ao meu amigo Gil, e a todos os queridos portugueses.[/b]
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