
MORTE DE UMA ILUSÃO - Claraflor de Maio
Data 22/05/2007 00:50:18 | Tópico: Acrósticos
| MORTE DE UMA ILUSÃO Por: Claraflor de Maio
Tuas mãos cravadas em meu pescoço E o meu ouvido preso ao teu apelo... Restou-me a paz desse travesseiro Em quem ainda posso confiar plenamente.
Quanto pagarei a esse amor Que não deixou lágrimas ou sorrisos? Deixou apenas uma saudade Da minha velha parte de mim, Que morreu nos braços Das tuas pupilas.
Vou pra tão dentro Desses olhos calmos, Vejo-te sorrir das coisas bobas, Que envenenaram-me o coração... Morro feliz! Levando a tua breve existência No que restou de nós duas;
Morro triste! Por ver realizado o último desejo: Vejo-me em teus olhos Acompanhando meu último momento, Levaram-me ao vazio Feito dentes-de-leão, Perdidos no vento da manhã de sol Que brilhou o dia seguinte,
Que não esqueceremos Mesmo sendo pó. Levarei a manhã de sol florida Com seus ipês amarelos e rosar, No que ainda restar dentro desse outono em meu peito, calado, Que partiu levanto também a imagem dos teus olhos A velarem minha ilusão.
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