
Estes Tempos
Data 21/05/2007 12:28:39 | Tópico: Poemas
| Estes Tempos (Davys Sousa)
Vêm por estas ruas vigiadas, Flores devassas, testemunhas desta monótona eclosão de noites Ao pôr-do-sol, nos bares, nas ruas, nas praças Gente disfarçada de gente.
Ao dia, clara lentidão de gente, Correndo, fugindo, caminhando sob olhares aflitos, Ansiosos, perdidos, loucos, silenciosos sob enigmas E desconhecimentos, medrosos ao fim da tarde.
Nestes lugares almas solidárias ao vazio da noite, Amantes enamorando-se sob o plenilúnio Vedado por desejos, sonhos que não alcançamos. Na passagem dos dias em noites ásperas, Bate a saudade de um amigo, de um amor, de uma família.
A lua bate no pensamento do solitário, Do amante que entrega o seu coração voluntário A quem se declara culpado por amar, Querer, sentir entre um abraço forte e próspero.
Mas, ainda sob estas formas de viver Vêm, as flores devassas, a escuridão e descaramento d’outrem. As ruas vigiadas, Nestas ruas, fragmentos dispersos facialmente disfarçados.
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