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Data 17/04/2009 09:16:52 | Tópico: Poemas
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Passo horas falando, comigo Um monologo extenso, profundo Por vezes custo a ver-lhe o fundo Falo comigo, respondo ao que penso
Meu amigo, vazio Converso contigo, comigo Horas a fio
Porque me falta a metade Que me fale a verdade Que me oiça com sinceridade
Aquele que nunca veio O que me esqueceu Porque nunca me reconheceu Ou então só me perdeu Fez do meu mundo Um mundo feio
Deixou esta espera por encontrar Com sua alma quero conversar Os meus medos lhe desvendar Mas só comigo posso falar Conversa inacabada, que mata
Como farta Numa espera que desgasta Desfolho meu rosário de penas Tantas, tantas, centenas Parece rosário de novenas
Mas a que traz mais raízes Aquela que aperta o peito e geme De tão crua, minha alma teme Invoco... Sussurro no silêncio
Pergunto vê se respondes De uma maneira concisa De uma maneira precisa
Porque tenho que falar sozinha Onde está o ouvido que se esconde Aquele que procuro na fonte Que tarda em chegar
Tanta espera, Atrevo-me dizer a medo Temo que um dia se seque a fonte Que me cale para sempre Já que ninguém me responde
Antónia Ruivo
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