
Poemas aos Homens do nosso tempo
Data 16/04/2009 21:19:13 | Tópico: Poemas
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Amada vida, minha morte demora. Dizer que coisa ao homem, Propor que viagem? Reis, ministros E todos vós, políticos, Que palavra além de ouro e treva Fica em vossos ouvidos? Além de vossa RAPACIDADE O que sabeis Da alma dos homens? Ouro, conquista, lucro, logro E os nossos ossos E o sangue das gentes E a vida dos homens Entre os vossos dentes.
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Ao teu encontro, Homem do meu tempo, E à espera de que tu prevaleças À rosácea de fogo, ao ódio, às guerras, Te cantarei infinitamente à espera de que um dia te conheças E convides o poeta e a todos esses amantes da palavra, e os outros, Alquimistas, a se sentarem contigo à tua mesa. As coisas serão simples e redondas, justas. Te cantarei Minha própria rudeza e o difícil de antes, Aparências, o amor dilacerado dos homens Meu próprio amor que é o teu O mistério dos rios, da terra, da semente. Te cantarei Aquele que me fez poeta e que me prometeu
Compaixão e ternura e paz na Terra Se ainda encontrasse em ti, o que te deu.
(Júbilo Memória Noviciado da Paixão(1974) - Poemas aos Homens do nosso Tempo - IX) [in Poesia: 1959-1979/ Hilda hilst. - São Paulo: Quíron; (Brasília): INL, 1980.]
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